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Não tem como negar que a internet trouxe muitas facilidades pra nossa vida pessoal e profissional. Mas junto com o advento da internet surgiram novos hábitos, comportamentos, desafios e também consequências prejudiciais para os indivíduos e sociedade.
Você checa os e-mails redes sociais constantemente? Por acaso você já trocou um passeio no parque pra ficar em frente ao computador, jogando? E aquela angústia de quando a bateria está acabando e vc não tem como carregar? Ou então a sensação de estar nú em público se esquecer ou, Deus me livre, perder o smartphone?
Se você conhece o sentimento que qualquer uma destas condições proporciona, preste atenção. Você pode ser um usuário abusivo de tecnologias. E caso esta situação esteja associada a algum tipo de compulsão, ansiedade, toc ou depressão, você pode desenvolver uma dependência patológica, a nomofobia.
A nomofobia é uma doença caracterizada pelo medo irracional e pânico de ficar desconectado ou incapacitado de se comunicar por meio de celular e ou computador. A palavra tem origem de uma composição em inglês: no + mobile + phone + phobia. O termo foi criado pela Yougov, uma instituição de pesquisa sediada no Reino Unido.
A psicóloga carioca, doutora em saúde mental, Anna Lucia Spear King, é autora de cinco livros sobre o tema. Em suas obras ela detalha o que é a nomofobia e o impacto no comportamento humano nas áreas clínica, psicológica, profissional, familiar, social. A autora também orienta para o uso correto e consciente da tecnologia – a etiqueta digital.
De acordo com Anna, essa geração não aprendeu a usar a tecnologia de maneira educada em sociedade. “Desde criança somos orientados a não falar com estranhos e como usar os talheres, por exemplo, mas nenhuma regra sobre o uso recreativo da internet. Então, a gente usa no cinema, durante as refeições, no elevador, no banheiro, em encontros com os amigos, ou seja, toda hora”.
O isolamento social, imposto pela pandemia do Covid-19, fez com que todos nós mergulhássemos ainda mais nas redes sociais, jogos eletrônicos e entretenimento em geral. A comunidade médica científica e clínica já sente o reflexo deste comportamento. A média de horas diárias que os brasileiros passam no celular, é a mais alta do mundo: quatro horas e quarenta e oito minutos. Dados do núcleo Delete – Centro de Desintoxicação de Tecnologias do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
Mal educados ou dependentes?
A cada 100 pacientes do Núcleo Delete, apenas 10 são diagnosticados como dependentes patológicos.
Em geral, pessoas que sofrem de nomofobia deixam seu celular ligado 24 horas por dia, costumam se sentir rejeitadas quando ninguém telefona e enfrentam síndrome de abstinência quando estão sem o aparelho. Então fique atento: o problema pode estar ligado a outros transtornos, como ansiedade e depressão.
Sintomas
Como evitar a nomofobia
Não é preciso abandonar o uso de celular para evitar desenvolver a nomofobia, mas é necessário usar esta tecnologia com cautela e equilíbrio. Saia com seus amigos, fique com seus familiares, frequente festas, saia para fazer uma caminhada, programe uma bela viagem e faça coisas prazerosas que te deixem longe do celular por algumas horas.