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O músico, cantor e compositor paraibano Vital Farias, ícone da história da música brasileira, autor de canções como “Saga da Amazônia”, homenageia as mulheres na música brasileira.
O grande compositor e cantor Vital Farias, meu amigo, me ligou elogiando os meus artigos e com bastante delicadeza “reclamou” que eu homenageei cientistas e educadoras, mas precisamos homenagear mulheres maravilhosas na música brasileira: Chiquinha Gonzaga, Dona Yvone Lara, Clementina de Jesus, Jovelina Pérola Negra e Marinês.
Chiquinha Gonzaga (1847- 1935), como é mais conhecida Francisca Edwiges Neves Gonzaga, foi uma compositora, instrumentista e maestrina carioca, considerada a primeira pianista chorona (musicista de choro), autora de uma das primeiras marchas carnavalesca com letra (“Ó Abre Alas”, 1899) e, também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Chiquinha destaca-se na história da cultura e música brasileira pelo seu pioneirismo de gênero na música. A artista faleceu aos 87 anos, no Rio de Janeiro, deixando como legado 300 composições.
Clementina de Jesus da Silva (1901-1987), também conhecida como a Rainha do Partido-Alto, a sambista fluminense foi a síntese do Brasil, expressão de um país de forte, herança africana e de singular formação religiosa. Em 2017, os pesquisadores lançaram Quelé, a voz da cor – Biografia de Clementina de Jesus. Na obra destacam: “A imagem de Clementina traz de imediato um impacto estonteante, é a essência do nosso povo. Todo esse conhecimento nos serviu de prova de que a África é a espinha dorsal da nossa cultura, como disse Naná Vasconcelos”.
Dona Ivone Lara (1922-2018), conhecida como a Grande Dama do Samba, foi a primeira mulher a assinar um samba-enredo e a fazer parte da ala de compositores de uma escola, a Império Serrano. Em 2015, entrou para a lista das “Dez Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio”. Em 2010, foi a homenageada na 21.ª edição do Prêmio da Música Brasileira. Uma de suas composições mais conhecidas, em parceria com Délcio Carvalho, foi Sonho Meu, sucesso na voz de Maria Bethânia em 1978, cujo álbum ultrapassou um milhão de cópias vendidas.
Dolores Duran (1930-1959) foi uma cantora, compositora e instrumentista brasileira que nasceu no Rio de Janeiro, tendo vivido, apenas, 29 anos. A cantora e compositora carioca marcou a música popular brasileira com sucessos como A Noite do Meu Bem, Por Causa de Você e Estrada do Sol, entre outras canções, e foi uma mulher muito à frente de seu tempo. Dolores Duran foi um grande expoente, como cantora e compositora, do gênero samba-canção, surgido na década de 1930.
Marinês (1935-2007) lançou cerca de 15 discos e dezenas de músicas de sucesso. Marinês, nome artístico de Inês Caetano de Oliveira, que nasceu em Pernambuco, foi uma cantora de forró, baião e xaxado, entre outros ritmos. Iniciou a carreira na banda Patrulha de Choque do Rei do Baião. Foi casada com o acordeonista Abdias dos Oito Baixos, primo de Vital Farias. A primeira canção gravada por Marinês foi em 1956, com Luiz Gonzaga, intitulada por Mané e Zabé. Foi musa inspiradora de artistas como: Nara Leão, Amelinha e Elba Ramalho, e esta última com parcerias em disco, shows pelo Brasil. Como disse Gilberto Gil, Marinês é a grande Mãe da Música Nordestina, o Luiz Gonzaga de Saia.
Jovelina Pérola Negra (1944-1998), cujo nome de batismo era Jovelina Farias Belfort, foi uma cantora e compositora brasileira, destacando-se entre grandes divas do samba. Voz rouca, forte, de tom popular. Herdeira do estilo de Clementina de Jesus, foi, como ela, empregada doméstica antes de fazer sucesso no mundo artístico. Pastora do Império Serrano, gravou cinco discos individuais, conquistando um Disco de Platina. Autora de grandes sucessos como Feirinha da Pavuna, Bagaço da Laranja (gravada com Zeca Pagodinho), Luz do Repente, No Mesmo Manto e Garota Zona Sul, entre outros. Alcione já homenageou a ‘Pérola Negra’ em um dos seus discos, Profissão Cantora. Enquanto o samba e o partido alto existirem Jovelina será lembrada pela voz e ginga.