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A maternidade é um desafio que exige dedicação, tempo e equilíbrio. Isso ficou ainda mais evidente para mim quando me tornei mãe. Com as gêmeas Isis e Miah, de quatro anos, me divido entre o trabalho e as responsabilidades que tenho com elas em casa.
Quando chegaram, precisei aprender a administrar meu tempo sem perder de vista que, por ser mãe-solo, sou inteiramente responsável pela criação das duas. Tudo isso, equilibrando, do outro lado da balança, os compromissos do trabalho.
Com a chegada da pandemia e a mudança do trabalho presencial para o formato remoto, pude estar mais perto, levar para escola, ter momentos de lazer e, principalmente, estar presente no dia a dia delas. No entanto, essa não é a realidade de todas as mães.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que mulheres com filhos de até três anos estão mais desempregadas do que as que não têm filhos. Para os especialistas, um dos principais motivos é o preconceito.
Um outro dado, de uma pesquisa da Catho, revela que após a chegada dos filhos, as mulheres abandonam suas carreiras cinco vezes mais do que os homens. E quando decidem retornar ao mercado, só encontram salários inferiores aos que tinham antes da gravidez.
Diante desse cenário e com a consciência de que precisava me dedicar mais às minhas filhas, tomei a iniciativa de conversar com o CEO da empresa onde trabalho para explicar a minha realidade. E a resposta foi melhor do que eu podia imaginar.
Ele, prontamente, pediu que eu organizasse minhas tarefas em um horário um pouco diferente para ter esse momento com as meninas. Hoje, minha agenda é compartilhada e todos podem ver que uma parte do meu dia é exclusiva para as gêmeas.
Com transparência, liberdade e responsabilidade, além de mostrar que essa realidade é possível, incentivo outras colaboradoras a se organizarem para que possam ter tempo com os filhos.
Assim, criamos uma rede de valorização de mulheres grávidas ou que desejam engravidar que, muitas vezes, sofrem com medo de precisarem abandonar suas carreiras pelo sonho de ser mãe.
Nestes tempos de transformação, há espaço e muitas possibilidades para que a mulher seja reconhecida por suas competências. Ser mãe não pode ser um impeditivo para o crescimento profissional.
Prova disso é que inúmeras empresas, preocupadas em reter seus talentos, estão desenvolvendo políticas e programas que atendam às necessidades femininas, proporcionando uma vida pessoal e profissional mais harmoniosa.
Acredito que um incômodo pode ser a oportunidade de mudar algo para melhor. Nosso papel nesse cenário é mostrar que a sociedade mudou. Felizmente, a cada dia, podemos ver mais casos de mulheres grávidas sendo reconhecidas por seus esforços no meio profissional.
Embora a gente saiba que esse é um esforço de longo prazo, temos um argumento mais que relevante: a importância da maternidade. Sem mães não há sociedade e, sem ela, não há força de trabalho.
Que você se fortaleça e não desista. Nem de crescer na carreira, muito menos de ser mãe. Fonte: Renata Melloni, diretora do BPO financeiro, contábil e fiscal na b2finance, consultoria especializada em BPO.